domingo, 29 de agosto de 2010

- ser ou não ser? -

"Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações

E em luta pôr-lhes fim?"


Não me abismaria se ouvisse alguém dizer que lendo este famoso trecho do espetáculo Hamlet - Shakespeare, imaginasse Harvey Milk em uma carta sobre repressão contra homossexuais.
Mas porque?
essa famosa pergunta: ser ou não ser(...), vem permeando meus pensamentos quando olho para a sociedade brasileira.


Há algum tempo venho reparando que as revistas chamadas: revistas de fofoca, fazem questão de especular a respeito da vida sexual e afetiva dos famosos brasileiros.
e fico imaginando como cada um deles se sente, tendo que se esconder muitas vezes e fingir relacionamentos heterossexuais para não perder a doninha de casa que lhes assiste ou compra seu CD.
e me volto para os não famosos que também se perguntam: ser ou não ser... gay?
e mais uma vez esforço meus neurônios para compreender o porque de tanta mídia e tanto confusão em torno de uma questão que considero tão simples.
fico me perguntando se um homem ou mulher hetero faria essa pergunta a respeito de sua orientação ou opção sexual, e chego a certeza de que não! eles nunca se perguntariam isso.
e imagino porque os homo-afetivos devem a todo tempo atormentar-se com estas questões.
a resposta que parece tão complexa, é na verdade mais simples do que admirar o por do sol nas tardes de verão.


e quando penso em explicar isto me vem mais e mais citações.
"O desejo a nos punir, só porque somos iguais
A Idade Média é aqui"

É! me parece que Jorge Vercilo estava realmente certo quando diz que a idade média é aqui. tenho que infelizmente concordar com ele, que em pleno ano 2010 nós ainda guardamos no nosso tão pouco evoluído ser resquícios da tão temida e sem luzes: idade média.
ser ou não ser? ser ou não ser?
não?
ser?
ser ou não?
ser?
ser!

é... me atormentam as barreiras que criamos em prol de conservar "bons" costumes tão retrógrados e deixar passar vivência e pessoas tão valiosas.

Será que realmente vale a pensa perder tempo com toda essa bobagem de quem é ou deixa de ser gay, ou seria mais produtivo cada cuidar de suas vidas e fazer algo pra melhor nossa sociedade?
Será que vamos ter que nos privar de amores e amigos por uma sociedade preconceituosa e medieval?
ou eles terão que quebrar essa barreiras e viver o essencial do ser humano ao invés de deixá-lo de lado com considerações tão pequenas.
será que mais vale o caráter ou o sexo da pessoa com a qual o fulano se relaciona.
acho que tudo isso é tão pequeno quanto um grão de areia no universo.

Será melhor deixar de acolher e amar nossos filhos, irmãos, amigos por um rótulo bobo ou acolhê-los e com ele ganhar novos filhos, amigos e irmãos.
será que teremos que nos perguntar mais uma vez o velho ser ou não ser, ou livrar-nos de toda essa mesquinharia e apenas viver?

fica a pergunta:
ser ou não ser?
ir ou não a luta por nós e pelos nossos?
deixar um país onde morrem dois gay a cada dia por homofobia ou perceber que existe um ser humano que ama e que isso independe de gênero, raça ou qualquer outra dessas tão medíocres considerações?

Hoje não consigo ver diferença entre a nossa sociedade e a sociedade: Brasil colonial até o Brasil império.


Pessoas que se julgam melhores e mais puras por vestirem verde em pleno a Verdolandia e consideram os que usam amarelo como doentes e inferiores.


Dessas sociedades citadas acima só vejo uma diferença: o alvo de preconceito mudou!
Passamos dos negros para os gays.


e com todas essa barreiras mais um dia vamos vendo nossos queridos companheiros de vida sendo humilhados ou mortos por outros gays que não conseguem aceitar o fato de o amor ser livre e preferem ser chamados de homofóbicos.


e então eu retorno ao Shakespeare:





Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim?"

Luta! essa é a palavra que poderia por fim a esse mar de negatividade que é a intolerância - o preconceito.
e do mesmo texto tem uma passagem que diz:

"Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
Pois quando livres do tumulto da existência,
No repouso da morte o sonho que tenhamos
Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.
Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
Toda a lancinação do mal-prezado amor(...)"



Sonhar!
é o que nos resta, porque apesar de todos os obstáculos nos sonhos poderemos ter uma sociedade como a de Lulu Santos: que considere justa toda a forma de amor.


E que considere digno o ser humano e a evolução.


Em homenagem à quinta parada do orgulho GLBT que acontece no dia 05 de setembro em Florianópolis eu deixo aqui aqui o pedido:
que todos sonhemos juntos com essa sociedade e tenhamos a esperança de que um dia isto se torne realidade.


e assim não perguntaremos mais. E sim, responderemos:
ser! sim! ser humano e BASTA!


deixo mais uma mensagem pra vocês neste final de domingo. Esta do nosso querido e fictício poeta Quirino - personagem da micro serie global: Hoje é dia de Maria
tenham todos uma boa semana!




http://www.youtube.com/watch?v=gXSAFPeUrHA

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

- o gato -

e do gato que andava pelos telhados
só se viam as sombras
a silhueta!
que de tão poética e livre aspirava a leveza dos pássaros em altos voos.

- silhuetas poéticas -

venho aqui contar que mais uma vez me vejo imersa em projetos sem rumo...
projetos sem pretenções, mas que me exigem a criatividade.
dessa vez o projeto chama-se: silhuetas poéticas.


desde janeiro de 2010 estou neste mundo de poetizar às sombras ou as sombras.
estas chamadas de silhuetas.
as quais (após uma estressante e divertida oficina) pesquiso e pratico.
junto com as silhuetas me vem a poesia.
de tão inebriante e inspirador que é o misterio de não explicitar as expressões.
apenas senti-las e imaginá-las.


ao longo do processo-projeto postarei aqui algumas poéticas e talvez também as silhuetas.


Silhuetas da reconhecida artista alemã: Lotte Reininger
Um beijo e até lá!

- azul -

para Daniel Tsunamy e sua poesia azul.

quando tudo se torna azul, o mundo se enche de poesia...
há de ser cor essa que lembra as mais belas sensações?
ou há de ser um estado de espírito?
o mar, o céu, e para Leila até o sol...
a vida em azul é pura poesia, é dançar em sopros de alegria
a vida em azul que me lembram bonanças sensoriais
a vida em azul que é mais ritmada do que a vida em cor de rosa de Edith
a vida em azul são ruas cobertas de música e os caminhos são canção, porque o céu quando junta com o mar, lembra o azul que quando está prateado tem o brilho do luar!
O azul que me enche de amores, sonhares e quereres
O azul sim! me da esperança de mais e mais noites dançantes



Blue!
Bleu!
Azul!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

- macacada -

No incrível zoológico "maravilhoso", o macaco de cabeça roxa Julião pulava entre os galhos, até que a sua frente viu um outro macaco também de cabeça roxa, apesar de muito parecido com ele, o macaco Julião começou a fazer reclamações sobre o macaco:
- Olha, mas o que vejo... isto é uma vergonha para o nosso zoo maravilhoso, um macaco tão feio assim...
olha como o rabo dele está despenteado, com piolhos... ai que horror!

e enquanto resmungava o macaco de rabo espetado Manoel, que olhava de longe toda a cena comentava com a sua vizinha:
- Jurema, está vendo aquilo? o Julião ficou maluco de vez, agora ele conversa com o espelho... ai ai ai! agora que me faltava...
e ainda completou:
- ainda bem que fui eu quem vi, se fosse o Nabuco já teria espalhado para o zoo todo.. porque aquilo é um macaco fofoqueiro.

fazendo sinal de negação com a cabeça a macaca Jurema sussurrava voltando às suas atividades:
- bem que dizem que macaco não olha pra o rabo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

- a poesia -

Eu gosto da poesia atormentada
Da poesia instigante
A poesia de Virginia
A poesia de Florbela
Os retratos de Oscar,
Os ensaios de George,
Os morangos mofados de Caio
Eu gosto da poesia que é mais sentida do que rimada
De frases incompletas que deixam espaço para o misterioso,
Espaço para a curiosidade
Não gosto da poesia “fácil”
O subjetivo é sem duvida mais atraente...

...Mais intenso.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

- ser de sagitário -

"... cavalga elegância, cabeça em pé de guerra mansa..."


Há um tempo atrás, me achava distante, por completo, dos de sagitário.
enquanto ouvia uma bela musiquinha que falava desses, que são metade gente e metade cavalo.


mas de conversas em conversas, confissões e Palavreações, percebi está rodeada deles.
é! como é bom ter amigos do nono signo do zodíaco.
... tem como símbolo uma flecha que aponta para o céu, para o horizonte.
sempre, sempre: os amigos!
que bom saber que os humanos centauros, fazem questão de cultivar os amigos, e melhor ainda saber que tenho vários deles ao meu redor, quando antes pensava não ter nenhum.


E eles são sedutores...
ah! sagitarianos... essa sedução é algo tão seu, que o fazem sem nem perceber.
euforia e depressão: paradoxos!
a sorte é sua aliada, mas ela não trabalha só.
porque os meus pequeninhos arqueiros, conseguem quando querem, serem grandes
como fortes cavalos.


e doces, como "grandes" pessoas.


à todos os amigos de sagitário.
com os quais compartilho de sua expansividade e boas vibrações.

música:
http://www.youtube.com/watch?v=hqRTXNCxLDc

- pintada -

um dia me pintaram e me expuseram como obra de arte
era a pintura viva dentre as pinturas imortais - fotografias de mim
de cores e texturas.


de ser um dia ao menos, em meio a uma pequena galeria:
uma obra de arte.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

- confuseando -

semana passada comprei uma pacote de folhas de papel A4.
mas não tinha lápis.
Hoje comprei um pacote de lápis.


e um dicionário.


um dicionário para desenhar?


o.O

- apelativa -

escrevo pra mim! para ler e reler, e ver o quanto aprendi ou não usar as palavras...


mas, apesar de escrever para mim, tenho sempre a esperança de que alguém compartilhe.

- efêmera inspiração -

admiro os escritores porque não consigo ser como eles.
meus pensamentos, minha inspiração se resumem a apenas algumas doses de efemeridade.
quando penso em escrever um livro, ela já... se esvaiu.


rápida, intensa e fim.

- bonequeira -

modelando, amassando
colando, recortando
tira aqui, coloca ali...
ajusta isso.
aperta aquilo...
e assim vai nascendo mais um boneco.
chegando, ganhando vida.


alimentando sonhos.

- siamesas -

* Para os anjos da noite *

As duas nasceram grudadas.
A que não tem um dedo é triste e pede esmola.
A que não tem uma mão sorri o dia inteiro e vende flores na pracinha.

- encantadora de abelhas -

"Até hoje tenho vontade de comê-los, mas, não me atrevo a fazê-los"

Assistindo ao filme tomates verdes fritos (e recomendo), me chamou atenção uma passagem, que exponho aqui através de um curtíssimo conto:

Elas caminhavam por entre as árvores
e a amizade era tanta que já sentiam a intimidade dos amantes
O medo sempre foi uma barreira para as vivências afetivas
mas ela, ah! ela era corajosa como as mães em defesa dos filhos
de uma coragem tão delicada, que suave como notas musicais, ela retirava o mel em meio a tantas abelhas, sem ser picada por uma sequer.
E com a alegria das crianças presenteava a sua companhia, para que fosse um fim de tarde doce. 
Como a beleza de sua a querida amiga.

Que o amor tenha o encanto dos tímidos e a vibração dos corajosos.

Para Idgie, a encantadora de abelhas.




segunda-feira, 9 de agosto de 2010

- a velha -

A velhinha dançarina, é uma velha arteira.
Mora no segundo andar e vive a dançar.
Só não sobe e desce escada, porque fica cansada.
Mas a velha é danada, e só vive maquiada.
Quando chega a tardinha, ela fica apressada
Desce pelo elevado, pra encontrar com seu amor.
A velhinha que é assanhada, passa a noite acordada
Só se  ouvem os risinhos, que ela da com seu vizinho...
 durante toda a madrugada.

- curtinhas -

A descoberta tem sabor de poesia.


- Poetizando com o silêncio... -

- mais um -

Há algum tempo venho escrevendo um livro de memórias.
Memórias da inspiradora vida artística.
Há uma semana a inspiração para essas memórias já é algo nulo.
Nestes seis dias já foram: quatro poemas, três contos, várias ilustrações e aproximadamente cento e vinte e cinco horas de pensamentos.
E a moça de costas tatuada ganha mais um escrito.
Palavreações matinais, Ansiedade desritmada.
Curiosidade angustiante.
Calafrios ao tocar do telefone.

- tesouro -

E lá vinha o ser mágico, com sua pequenina roupa verde, em detalhes dourados.
E ele continuava a caminhar... pela floresta inteira...
Em busca do seu tesouro
Acreditava tê-lo perdido em algum lugar daquela gigante floresta...
Mas ainda não sabia onde...


E continuava.. corria mais e mais, e cada vez mais rápido...
Até que de longe avistou um imenso baú sujo de terra, de tão sujo que seria imperceptível à olhos que já não soubesse o que era aquela "coisa"...
E se apressou...
Chegando em frente ao baú, deu um suspiro aliviado e o abriu
Um clarão na floresta, o sol que estava a se pôr ainda pode ofertar um pouco de luz que pelas frestas das gigantes árvore, reluziu, aquela grande quantidade de ouro.
Só os seres mágicos poderiam encontrar esse baú, mesmo sendo tão grande, era um esconderijo de tesouro para qualquer urgência.
Foi então que desesperado o pequeno elemental, começou a tirar todo o ouro que ficava por cima do baú, ligeiramente...
Até enfim encontrar a pequena muda de "cálice azulada", a mais bela flor de toda a floresta, a qual tinha se esvaido depois de uma guerra. E o pequeno e sábio ser, tinha reservado uma muda para que o grande tesouro da floresta pudesse ainda ser recuperado.


E pra você, qual é o grande tesouro?


???

sábado, 7 de agosto de 2010

- auto -

Saia rodada bordada de flor
Olha a moça artista que anda por aí
Com o sol ou com a lua
fazendo o povo rir... 

- repetiti..tindo -

Angustiada
Moça
Curiosidade
Moça
Cantos
Moça
Passarinho
Moça
Tatuagens
Moça
Sorrisos
Moça
Olhares
Moça
Telefone
Moça
E já me sinto tão repetitiva quanto os pensamentos... Que gritam sussurros
Moça, moça, moça

- adolescente -

Quando                  Onde
Vou           Rever
Olhares           Sorrisos
Tatuagens               Insônia
Insistente           Palavras
Soltas                 Pensamentos
Repetitivos            Blusa branca
Pista azul             Olhos verdes
Beijos         Único
Rápido
Intenso             Beijo
Moça                Inspiração


Pensamentos, mentos, mentos...

- como as coisas seriam? -

Se as coisas não fossem como são, como elas seriam?
Se o nome do gato fosse galinha e o nome da vaca fosse ovelha.
Se o nome da gente fosse irmão.
E irmão quisesse dizer companhia.
Isso até poderia dar certo.
Mas às vezes acho que está tudo de cabeça pra baixo.
Me parece que o nome da gente quer dizer preconceito.
E o preconceito se chama qualidade.
Se os planetas se chamassem cidade, onde todo mundo pudesse ir, como seria?
Todo mundo poderia fazer pic nic do outro lado.
Ver, como o pequeno príncipe, vários pores-do-sol em apenas alguns minutos e os sorrisos se chamariam vida.
 E assim toda a vida teria que ter sorrisos.

- inspira-me -

As madrugadas são sempre inspiradoras...
inspira-me a lua e a forma como ela modifica o humor dos mares.
inspira-me o sol e a forma como ele modifica o humor humano.
inspira-me ainda a arte que respiro, inspiro, sinto e penso em todas as horas dos meus sempre lindos, mesmo que estejam feios, dias.
A arte inspira a lunar poetisa triste e a solar poesia alegre.
É realmente um instante de eternidade e perfeição.

- escrever -

Ando viciada nessa coisa de escrever.
Essa agonia entusiasmada que só passa quando me expresso.
É uma boa forma de fingir silêncio e dizer o que se sente de uma maneira menos impulsiva. 
Porém não menos verdadeira.

- ao grande exupéry -

Como me faz feliz a leveza do pequeno príncipe
E saber que muito próximo a nós existem “planetas” onde os pequenos-grandes príncipes podem nos acompanhar a qualquer hora nos vários pores-do-sol que podemos desfrutar.
Basta abrir as páginas e deixar-se ser mais uma vez criança.
Para todas as crianças de coração.

Que as lágrimas sejam sempre gotas de água para os que tem sede.

E que a tristeza seja um planeta tão pequenino que se torne invisível perto das estrelas que todas as noites se põem a sorrir.

Para a grande criança que um dia nos presenteou com o seu melhor: a sensibilidade imaginativa.


Ao pequeno Antoine!
E ao  querido Beu! que além de ser um pequeno príncipe, tem a leveza dos cantos de passarinho.

- é companheiro, estamos na superfície! -





É ainda uma verdade o fato de não podermos habitar o interior do planeta, mas há algum tempo venho percebendo que a maioria dos jovens além de habitarem a superfície da terra como todo e qualquer ser humano terráqueo, leva essa palavra muito a sério na sua ideologia de vida.

Há aproximadamente uns três meses em uma das várias festas familiares que freqüentei me pediram para colocar uma música para que todos nós pudéssemos ouvir, e então eu prontamente quis colocar o bom e velho jazz. Apenas quis! Pois logo minha prima de dezoito anos gritou de lá: - Ah! Não vai colocar essa música de velho!

- Ã?  Foi a minha resposta... Obviamente todos concordaram com ela e colocaram um dos famosos pagodes baianos e todos viveram felizes para sempre.
Foi quando parei para analisar o quão ridículo e fora de moda hoje é: ouvir jazz, vestir roupas que não estejam mais “na moda”, ler Virginia Woolf ou Caio F. Abreu ou George Orwell, gostar de cinema Europeu ou ainda deixar de ir a uma balada pra ir ver um espetáculo teatral. Mas o líder em “fora de modismo” são os museus. Nossa! Os museus! Os lugares mais odiados por essa nova sociedade brasileira.

E então eu me pergunto: eu sou careta demais ou a juventude está cada vez mais superficial?

Sim! Acho que esta é palavra que definiria perfeitamente a nova geração. A geração que não sai de casa sem maquiagem ou até mesmo sem escovar ou arrumar muito bem os cabelos, sem estar vestindo a ultima tendência da moda mundial ou sem aquele celular magnífico que faz até cafezinho e arruma a cama.
Me irrita e deprime o fato de saber que as bibliotecas estão há muito abandonadas, e os museus e teatros? eu nem comento mais!

 Toda a forma de expressão artística idolatrada pela juventude de 70, na era dos “vcs, tbs, msm, tc, miguxas” virou lixo.

E é uma pena saber que a nossa grande batalha em prol da liberdade de expressão e conscientização política e social não serviram de nada, porque é muito mais fácil seguir as várias ditaduras existentes do que se afastar da massa feliz com sua magnífica política “Panis Et circenses” e usar um dos seus mais preciosos bens: o cérebro!

É! O cérebro já está aposentado há bastante tempo, porque eu não acredito que alguém capaz de usá-lo ouviria coisas do tipo: rala a tcheca* no chão, esfrega a xana* no asfalto, e se sentiria satisfeito.

Mas com esse desabafo-protesto eu quero dizer que o que me mantém viva e ainda feliz apesar de tudo é saber que ainda existem pessoas com menos de trinta anos que são capazes de usar e abusar do pensamento crítico e não aceitam todas as coisas impostas pelos não usuários de cérebro.

Quero deixar claro que não sou contra as pessoas que cuidam da sua beleza física ou gostam de se vestirem “bem”! Sou contra sim! As pessoas que fazem disso seu único objetivo de vida e não colaboram de forma nenhum para uma melhor sociedade.

Uma sociedade de leitores, críticos, artistas ou apreciadores de arte.

Uma sociedade de pensantes ao invés de uma sociedade de propagandas ambulantes de roupas, sapatos, perfumes ou maquiagens.

Uma sociedade que seja realmente bonita! E isso independe da sua estética física!
E uma sociedade que consiga cavar um pouquinho mais só para não ficar tão na SUPERFICIE!






PS.: Veja esta postagem também em: transarevista.com.br





sexta-feira, 6 de agosto de 2010

- paz -

O canto de passarinho avisa o amanhecer.
Os contos de passarinho transmitem à leveza dos bem-te-vis.
A moça que não me sai dos pensamentos me traz a paz angustiada dos apaixonados como Platão.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

- Blues! -

E no meio daquela noite de luzes azuis.
Estávamos lá!
dançante e insinuantes.
foi quando no meio de tantos sorrisos, tatuagens, seios cobertos por roupas folgadas e bebidas embriagantes, avistei-a.
E foi como se aquela aveludada pistinha azul de cheiros "inidentificaveis", cores intensas, e pessoas falando ao mesmo tempo, virasse um nada onde só haveriam duas pessoas. quatro olhos, dois sorrisos, duas frias barrigas, e a curiosidade.
era demasiado insistente a necessidade de descobrir quem estava ali, há apenas alguns metros olhando na mesma direção.
E com leveza e intimidade me oferecia um sorriso femininamente magnífico, iluminado.
sorriso prontamente correspondido.
até se perder na timidez causada pelos famintos e intensos olhares, sério, analisando a alma e despindo sem sequer se aproximar.
E eu estava pronta: um papelzinho rasgado da agenda na mão com um número de telefone: uma emergencia para descobrir que olhos eram aqueles que me invadiam assim, no meio de todos da pistinha azul.
Até o momento da saída, as luzes azuis já se apagavam e todos estavam às claras! os olhos não pararam de vir em minha direção e eu precisava ir embora. Mas, muito mais do que ir embora eu precisava descobrir, entregar o papel e esperar o retorno.
quando em questão de segundos a moça dona desses olhos invasores e sorriso intimidante se aproximou encostando seus pêlos, cabelos e seios nos meus.
e de leve encostou os lábios macios, e quentes apesar do frio que fazia  no local.
um beijo rápido, curioso, intimo.
e descendo as escadas se foi a moça que até hoje não sei quem é...
levando o papel amassado.

- poemas de insônia -

A escrita necessária em forma de desabafo
Um vazio pleonasmáticamente impreenchido
E as palavras me fogem...
É a madragada inpiedosa engolidora
Madrugando sonolenta
Mais uma vez perdida em pensamentos...
Soltos!

- palavreandro -

Palavreando contos de passarinho
Sons, sonhos, poemas, conhaques, canções.
cantos e contos.
paz de beija-flor.


Bienvenue!